Após a leitura e discussão da coletânea “Educação Básica: Políticas, Legislação, e Gestão - Leituras” refleti sobre os seguintes pontos:
TEXTO: GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA
1- Quanto as formas mais conhecidas de gestão, acredito que a administração não é válida, já que nela se estabelece uma relação dominador x dominado, uma hierarquização totalmente vertical. Ela não pode ser aplicada no espaço escolar, já uma instituição de ensino requer a participação de todos no processo educativo. A meu ver, deve se iniciar um processo de co-gestão, onde há um líder no processo de condução das ações, sendo que esse líder é flexível e toma decisões a partir de discussões e reflexões com todos os envolvidos no processo, escutando o ponto de vista de cada um. Com o exercício da co-gestão, o ideal seria se chegar, naturalmente, a uma autogestão, na qual os indivíduos da instituição não agem para obedecer alguma autoridade, mas por convicção de que o que estão fazendo é o melhor para o bem comum. Entretanto, diante do mundo em que vivemos, ainda considero a autogestão uma utopia.
2- O autor o texto, José Dias, algumas vezes se contradiz, pois, ao mesmo tempo que defende uma gestão democrática (co-gestão), ele nomeia o diretor da escola como um administrador que deve ter controle sobre o seu grupo de comando. Isso realmente seria uma gestão democrática e participativa?!
3- Observa-se no texto, a importância de um trabalho planejado e inovador para se desenrolar o processo de ensino-aprendizagem, envolvendo toda a comunidade escolar (pais, alunos, professores e funcionários) para a construção do mesmo. “A participação do grupo na tomada de decisões é a garantia de maior identificação de todos com o trabalho a ser realizado. Fica mais fácil conseguir a adesão e o entusiasmo de professores, funcionários e alunos para um programa de inovação adotado pela escola quando todos sentem que se trata de um projeto em que cada um pode dar alguma coisa de si.” (DIAS, p.225).
TEXTO: PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA ESCOLA
1- A autora, Anita Martelli, já inicia o texto com uma questão que concordo plenamente: distância entre o que se aprende na escola e a realidade do aluno. E como os alunos irão querer participar de projetos e conteúdos que não lhe interessam? É necessário se criar um espaço livre para a produção de conhecimento por eles próprios. Assim, a aprendizagem torna-se muito mais significativa para o educando.
2- Uma gestão não democrática resulta na inibição da criatividade e na formação de cidadãos passivos e submissos ao sistema hegemônico.
3- A criação de um Conselho Escolar é um grande passo para a instalação de uma gestão democrática, já que no mesmo estão presentes representantes de segmentos da comunidade escolar e se discute inúmeras e diversas questões sobre o processo educativo. Contudo, para que decisões coerentes e democráticas sejam tomadas no Conselho de Escola, cada ramo do conselho deve formar o seu próprio conselho, para quando chegar no conselho maior, expor a síntese reflexiva de todos. Mas não é fácil criar um Conselho de Escola, pois nem todos conseguem enxergar a importância do mesmo. “A existência de Conselhos Escolares é, indubitavelmente, um dos canais eficientes para a viabilização da expectativa de participação da comunidade escolar e não-escolar na gestão das escolas. No entanto, a forma preconizada para composição, o tempo de permanência dos participantes como membro do conselho, a pouca disponibilidade dos professores, a falta de preparação para participar por parte dos alunos e pais têm impedido o êxito desse órgão.” (MARTELLI, p.231).
4- A autora traz informações de leis que tentaram integrar a comunidade à escola, entretanto, depois de muita demora, apenas a LDB/96 enfatiza, de fato, as relações da escola com o meio social, ou seja, a comunidade. Antes era tudo muito vago em relação a gestão democrática nas escolas.
Em ambos os textos, aparece a importância da construção democrática de um projeto político pedagógico na unidade de ensino. Um PPP preocupado em educar/formar cidadãos críticos, capazes de exercerem a sua cidadania.
Veronica